Poemas e cores, atividades de pessoas, município/escolas; que realidade é esta num país em crise? É necessário parar, conhecer e ver, ver a alma de quem realiza, conhecer os contextos de quem trabalha.
A Escola é velha, deteriorada, fria! Polivalente sombrio
entrecruzado por estórias, sorrisos fugidios, jovens que crescem, professores
stressados e emocionalmente fortes, encarregados de educação ansiosos em futuros
incertos e, era uma vez um poema…
Um poema de graça e de desgraça, de risos saltitantes como
rios, de oxigénio em vasos comunicantes e, a criança misturou a rosa com a
raposa, o azul com a bola, o branco de palhaço com o puré de batata, a sopa de
nabiças com as algas do mar profundo. E, no poema da verdade misturou críticas
indirectas com cores de papoilas, castanho de burel, Bandarra/adamastor, guerra
da Coreia com Obama de esperança, ladrilhos Sarkosy em sfumato germânico, cores
brilhantes do sul intenso de Van Gogh e… a Escola de dimensão local varreu
fronteiras filosóficas de cálculos, estatísticos!
Era uma vez um menino que sonhava, sonhava, sonhava….
Escreveu um poema, fez um desenho no poema, coloriu o poema
no desenho e, naquela noite pensou: quando for grande quero ser gente, quero
ser gente pessoa, quero ter um coração na mente, quero construir um carrinho
sem motor de explosão…, de sol, num mundo verde de flores azuis!
E, naquela semana de poemas e cores – de 16 a 20 de Abril do
ano da crise de 2012 – uma professora meditou nas razões que levam os
professores de um agrupamento de Escolas (da Biblioteca Escolar, do pré-escolar
e 1º Ciclo e dos grupos disciplinares de Línguas, EVT e Música) a serem tão
persistentes, tão eficientes e tão maravilhosamente pessoas. Pessoas que
agigantam sonhos de meninos e dão cor a uma Escola em crise
Aos poetas da cor, aos teimosos do sucesso, aos ingénuos do saber,
um obrigado de todos nós!
Zélia Souto